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Por que estudar harmonia ajuda a tocar melhor?

leitura: 3 min
partitura com cifra e harmonia

Para você que está cansado de gastar os dedos praticando e a música não melhora, soa chata e desinteressante, saiba que estudar harmonia pode te ajudar a tocar melhor.

Conhecer harmonia ajuda em quê?

A harmonia em música diz respeito às combinações entre os sons nas suas diferentes possibilidades de escalas, acordes e tonalidades. Se você identifica o que está acontecendo harmonicamente dentro de uma obra que está praticando, isto pode te ajudar no seguinte: 

1) Leitura: 

Entender o que está escrito facilita sua leitura

Se vai ler uma música que está na tonalidade de Ré maior, essa informação já indica algumas coisas. Por exemplo:
a) os acidentes principais serão os sustenidos da própria escala de Ré (fa# e do#); 
b) quaisquer acidentes extras possivelmente indicam  escalas ou regiões tonais diferentes;
c) a maior parte dos acordes serão os que pertencem ao campo harmônico de Ré maior (como D, Em, G, A, Bm).

Conhecer e entender os desenhos dessa escala no instrumento, além dos acordes principais pode garantir uma leitura mais certeira e melhorar seu processo de aprendizado de uma música nova

2) Memorização: 

Se você entender o que toca, vai lembrar com mais facilidade. 

Quanto mais elementos envolverem a imagem sonora ou mapa mental que você cria da música, mais fácil será recuperar na memória esse caminho. Compreender a harmonia pode te ajudar a criar pontos de apoio para memorização, demarcando trechos específicos ou regiões ao longo da obra. Por exemplo: uma seção que inclui acordes que não fazem parte do tom principal (outra região harmônica); um trecho em que a harmonia está parada sobre um mesmo acorde, etc.

3) Interpretação: 

Quando você entende algo, consegue comunicar e expressar melhor o que você entendeu. Dessa forma sua interpretação não será uma coleção de ideias aleatórias. 

Por exemplo: em algum momento da música surge uma frase com sustenidos/bemóis novos. Certamente esse trecho apresenta algo diferente do que estava rolando antes. Por que não enfatizar isso tocando com outra intensidade, timbre, ou articulação? 

Tente observar a música que está estudando. O que acontece no contorno e ritmo melódico?  Que acordes são mais comuns? Há diferentes regiões harmônicas? Onde há contraste? Esses são alguns questionamentos que podem guiar a sua reflexão para interpretação. 

Precisa mesmo analisar tudo isso?

Falar em análise e teoria costuma afastar um pouco alguns estudantes. Contudo, quando digo analisar, não é apenas intelectualmente, mas também auditivamente. É fundamental perceber com os ouvidos o contorno musical e os diversos pontos de interesse dentro do jogo harmônico.

Com frequência uma análise harmônica de uma música pode ter várias interpretações, os acordes podem ter diferentes classificações em cada contexto, e tudo isto levanta mais dúvidas. No entanto, você que está estudando aí no seu instrumento e começando a aprender isso não precisa de uma análise complexa. A identificação das escalas e acordes principais, o entendimento básico das regiões tonais dentro da música, a relação com a forma e o reconhecimento dos trechos de maior tensão harmônica já são um ótimo ponto de partida.  

Não sabe nada? Por onde começar?

O primeiro passo para começar é aprender os elementos básicos de harmonia musical: escalas, intervalos, tríades, tétrades, tonalidades e funções harmônicas. Deixo aqui dois ótimos livros como referência: 

  • Teoria Elementar da Música: este é um livro clássico de teoria musical que foi elaborado por Osvaldo Lacerda, um dos maiores nomes da música erudita brasileira, que dedicou anos de sua vida à composição e ao ensino de música. Muito recomendado aos iniciantes, aborda desde os elementos básicos da partitura até explicações sobre escalas, intervalos e tonalidades, conhecimento base para o estudo da harmonia.
  • Harmonia: uma abordagem prática: este livro da profª Marisa Ramires, que tem larga experiência no estudo e ensino da harmonia,  tem uma linguagem bem acessível e ótimos exemplos para estudo das tríades, tétrades, funções harmônicas, cadências, etc. Inclui um CD como suporte para os exercícios de escuta e análise.

Se organizar seu estudo para incluir, além da prática motora, assuntos de teoria, história e percepção, sem dúvida vai acelerar seu aprendizado.

Quer saber como seu estudo pode render mais?

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